11/11/2016

VOCÊ ESTÁ PREPARADO? A quarta revolução industrial vem aí

O mundo não é mais o mesmo mundo desde que o homem pisou em terra firme. Dois pés no chão e casas foram sendo erguidas, florestas derrubadas, alimentos plantados, proteínas cozidas, propriedades privadas e sociedades constituídas. Tudo isso aconteceu durante muitos séculos, antes que nós estivéssemos nos projetos de vida de nossos pais. Eles, aliás, também não estavam nos planos de sua árvore genealógica quando o mundo começou a mudar mais uma vez ou quando a primeira fumaça de vapor escapuliu pelo chaminé da locomotiva ou das fábricas de tecidos na Inglaterra. Pois é, a Revolução Industrial aconteceu há muito tempo.

Mas se engana quem acredita que ela aconteceu inesperadamente. Como toda revolução, esta que criou as indústrias como conhecemos, moldou-se porque encontrou um ambiente propício para acontecer. Como se fosse uma planta, encontrou no solo inglês a terra fértil que precisava.

Academicamente, Eric Hobsbawm defendia em 1994 que a Revolução Industrial inglesa aconteceu sem muitos refinamentos intelectuais, tomando como base algumas invenções técnicas bastante modestas. Para ele, foram as condições e não as invenções que levaram a Inglaterra a despontar já que o caro equipamento geral necessário para que a industrialização progredisse suavemente já estava sendo criado, pois a agricultura dirigia-se predominantemente para o mercado, enquanto as manufaturas disseminaram-se pelo território. O setor primário estava preparado para cumprir suas três funções fundamentais para a industrialização: aumentar a produção e a produtividade para alimentar uma população “urbana” e em rápido crescimento; fornecer um grande excedente de recrutas em potencial para as cidades e indústrias; e fornecer mecanismos para o acúmulo de capital utilizado nos setores mais modernos da economia. Ademais, mais de um século já se passara desde que o primeiro rei tinha sido formalmente julgado e executado pelo povo e que o lucro privado e o desenvolvimento econômico passaram a ser aceitos como supremos objetivos da política do governo.

Com significativas mudanças na economia e na sociedade, foi por causa dela que algumas profissões desapareceram, outras foram criadas, aumentou-se a quantidade de mercadorias produzidas e também de unidades de produção. As cidades cresceram mediante a mecanização do campo e o êxodo rural, além de permitir o aumento e a capacidade de circulação de mercadorias e pessoas através da agilidade do transporte ferroviário, o que demandou a maior necessidade de matérias-primas agrícolas e minerais. Com um olhar mais atento, podemos perceber que a nossa região Meio-Oeste e mesmo o Oeste catarinense foi conquistado, explorado e formado tal como é através do desenvolvimento do trem. Cidades como Caçador, Videira, Pinheiro Preto, Tangará e Herval dOeste viram sua população crescer e fazer crescer sua economia sob os sons do apito do trem que as cruzava, transportando a matéria-prima ou os produtos acabados para o restante do país.

Entretanto, o maior avanço trazido pela Primeira Revolução Industrial foi a aceleração do tempo, o ritmo acelerado que passou a tomar conta do avanço tecnológico das indústrias e lançou a base para que, a partir de 1870, uma nova onda atingisse o mercado: a Segunda Revolução Industrial, caracterizada pelo emprego da energia elétrica, uso do motor a combustão, por novas experiências com minérios, especialmente com o aço e alumínio. Com a eletricidade vencendo distâncias a um custo baixo (quando comparado ao vapor) e com o petróleo acelerando o ritmo de produção, as linhas de produção passam a agir do lado de dentro das indústrias, enquanto fora dos portões, a vida urbana segue com cidades sendo cada vez mais ocupadas por pessoas que buscam novas oportunidades de trabalho.

São tempos modernos. Carros, linhas de produção, petróleo, colarinhos endinheirados atrás de grandes mesas onde se decide o que a população passará a consumir. A produção, massificada para atender a demanda, encontra um mundo aberto para as modernidades criadas pelas indústrias, mesmo que esta abertura esteja espalhada de forma diversa pelo globo, sendo maior nos países mais desenvolvidos, berço das inovações.

(continua...)

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