Sonho de ir além

Quem olha pro homem alto e simpático atrás do balcão da loja de doces, mal sabe que por trás de toda essa simpatia tem uma grande história como atleta. Se pudéssemos defini-lo em uma palavra, essa sem dúvida seria entusiasmo. O atleta Diogo Chiapetti, fala com alegria sobre as memórias, conquistas e desafios como jogador de Vôlei. A aposentadoria veio cedo, pois o amor pelo vôlei não superou a vontade de voltar para casa.

Como todo menino Diogo teve seu primeiro contato com os esportes e suas técnicas na escola, lembra com carinho do Colégio Paulo Penso de Videira e do professor Grando que foi um grande incentivador. O primeiro esporte que praticou foi o futsal, porém sua altura já o destacava desde cedo, influenciado pelo pai ingressou no vôlei, começando a treinar na Fundação de Videira.
Em questão de pouco tempo, mudou-se para Fraiburgo com sua mãe e continuou treinando vôlei na escola e posteriormente na Fundação Fraiburguense. Com 13 anos, já jogando como ponta, participou do seu primeiro campeonato, o escolar regional. Nesse campeonato o treinador de Rio do Sul se interessou pelo atleta, entrou em contato com a família, que com certa resistência por conta da idade deixou Diogo fazer parte do time do Dom Bosco. Aos 13 anos jogou o primeiro campeonato Catarinense, o Mirim Catarinense e um Sul Brasileiro, onde foi considerado o melhor atacante do campeonato. Com 15 já estava na Seleção Catarinense, jogando em Joinville pelo Colégio Bom Jesus, disputou o campeonato Brasileiro e Copa São Paulo. Quando encerrou o meu tempo em Joinville, era hora de decidir se continuaria a carreira como jogador de vôlei ou se faria uma faculdade sendo que já tinha bolsa de estudos.
Mas aos 17 anos o amor pelo vôlei ainda falava alto, e o sonho de ir além era grande. Surgiu o convite para participar da peneira do Banespa em São Paulo, 6 mil jovens, uma semana de treinos intensos todos buscando um sonho. O aviso veio em uma terça-feira, Diogo e mais dois rapazes estavam aprovados depois de uma temporada no Banespa jogando entre craques consagrados como Giovane e Murilo, o time foi extinto, veio o São Sebastião, depois foi pro Náutico onde aos 19 anos disputou a primeira Super Liga, passou por Araraquara e Santo André. Aos 22 anos quarta Super Liga, considerado o oitavo maior pontuador.
Depois dessas temporadas no Brasil, começou a carreira internacional. Já tendo sido batizado pelos companheiros de time como mãozinha por conta da habilidade e mãos grandes, pelos companheiros de time, Diogo foi convidado a jogar no Lamia na Grécia onde teve seu melhor momento disputando o Campeonato Europeu.
Em Videira de férias depois dessa temporada acabou se lesionando, por coincidência ou destino, nessa temporada no Brasil conheceu sua esposa Cris, o que foi o lado bom da história. Em setembro estava jogando em Israel, no Macabbi Tel Aviv onde ficou até dezembro. sua saga no vôlei continuou com o Orange e posteriormente Dunquerque e o Cambrè ambos clubes da França.
Levando em conta estar fora do país longe de casa e lembrando que um amigo dizia: "Pare com o esporte, antes que ele pare com você", decidiu voltar a Videira e reconstruir sua vida aqui ao lado de sua esposa e família. Abriu a loja e então surgiu uma proposta irrecusável de quatro meses na Indonésia, foi a sua despedida das quadras a aposentadoria.
Ainda com o hobby de jogar vôlei alguns dias de semana, tem projetos futuros relacionados, quer ajudar jovens com talento e que gostem do esporte a irem tão longe ou mais longe do que ele foi.
Aos 32 anos, mais de 10 clubes, mais de 4 países, muitos jogos, várias culturas e muitas história pra contar. O sorriso e o brilho nos olhos ainda são os mesmo, mas hoje o que soa aos ouvidos não é mais a torcida alvoroçada e empolgada ao redor, a apreensão não é mais a de ganhar partidas e campeonatos, o amor pelo esporte não morreu, mas agora o sonho é conquistar o mundo de outra forma, construindo uma família.

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