21/06/2016

Revista Êxito - 74ª edição - Eu sou Agro

A CHAMA ACESA

Um ambiente escuro e um único ponto de luz. Branca. Cega. Não era a luz escassa de uma vela trêmula que parece ter medo de consumir a si mesma enquanto ilumina seu entorno. Nem era a luz azulada da boca do fogão acesa para cozinhar o feijão nosso de cada dia. Tampouco era a luz dos olhos da criança, iluminados por descobrir o fantástico naquilo que consideramos tão trivial. Era um ponto de luz branca e cega que atingiu os olhos de quem estava naquele ambiente escuro pelo desconhecimento dos saberes. Uma infâmia!

Saberes devem ser degustados, apreciados. Coloca-se sobre a língua, deixa a saliva penetrar por alguns instantes, pressiona-se contra o céu da boca, cerra-se os dentes e a explosão de sabores do saber invade as papilas para modificar o estado original da boca. Se é doce ou amargo, não importa. Vale apenas pelo prazer de deliciar-se com uma coisa nova. Um prazer roubado quando a luz se apaga e deixa no ambiente apenas a sua sombra fantasmagórica. Apagada a luz, resta o dissabor - o não saber. E mais do que isso: resta a vontade de continuar sem saber!

Me amem as companhias de energia elétrica, mas já não posso admitir a cegueira da luz apagada. Daquele ponto cego, eu quero as origens. E do escuro, quero a solução. Já passa da hora da recusa da chama apagada, da alimentação inadequada, do abraço frio, da informação parcial, da incompreensão da palavra e da liquidez do mundo. Perdoem-me os líquidos, especialmente os turvos, mas é apenas na solidez e na transparência que deixaremos de cegar. E eu quero ver.

Boa leitura!

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