20/05/2016

LIDERANÇA ORIENTADA AO MERCADO

Empreender vai além do conhecimento, é uma questão de postura e que não é ensinada nas escolas. O profissional vai para o mercado sabendo o que fazer, mas não como fazer. Esta é a opinião de Jamil Albuquerque, 52 anos, natural de Monte Carlo (SC), empresário, escritor, educador e detentor da marca Napoleon Hill e Master Mind no Brasil, busca reverter este cenário de despreparo pessoal formando líderes a partir do processo Master Mind, trabalhando a liderança pessoal, comportamental e organizacional em 12 módulos.

Quais lições os verdadeiros líderes podem tirar do atual cenário brasileiro e como repassar esses ensinamentos a suas equipes?

A crise está para o mercado assim como a gripe está para o corpo . É um freio de arrumação . Tempo de crise é tempo de cautela e é um bom momento para investir na autopreparação . Quem investir em si mesmo vai sair mais fortalecido depois desse momento de desafios. São os líderes que tomam decisões . Em momentos de desafios decisões inteligentes fazem a diferença entre a sustentação a longo prazo ou não de uma empresa.

Você acha que no Brasil ainda se investe pouco no desenvolvimento de lideranças?

Formar líderes é determinante e estratégico para o futuro de um país e de uma empresa. Como o Brasil é um dos principais atores econômicos do mundo precisa se preparar para dar sustentação a essa grandeza. A qualidade dos produtos gerados por uma empresa estão diretamente relacionados com a qualidade da comunicação e o relacionamento entre as pessoas que a compõem. Não se constrói uma empresa 100% com pessoas 50%. E é a liderança que forma pessoas. Por isso as empresas estão, sim, investindo mais na formação de líderes. Em uma pesquisa recente da Fundação Napoleon Hill, nos EUA, mostrou-se que as empresas não quebram por falta de conhecimento tecnológico: seu fracasso tem a ver com as pessoas. As empresas que quebram parecem incapazes de aprender que as pessoas deixam de operar com eficácia não por serem incompetentes nos aspectos técnicos de suas tarefas, mas, sim, pela forma como são tratadas pelos seus líderes e como elas tratam os demais. A pesquisa mostra que 87% das organizações quebram pelas atitudes individuais das pessoas de comando, de seus temperamentos pessoais, da maneira como se relacionam e de sua incapacidade de liderar equipes. Formar líderes é desenvolver o conceito de autorresponsabilidade permeando a empresa toda.

Como você tem visto a evolução da gestão nas empresas familiares? Ainda existe uma personificação em cima do dono?

Ainda existe uma personificação muito grande em cima do dono e não se deve perder o DNA do fundador que é a causa de uma empresa. Empresas com uma causa atravessam gerações. Quem constrói essa causa é o dono. Após essa fase, o próximo passo é preparar a empresa para além do dono. Essa fase é um pouco mais desafiadora, porque têm-se o sentimento de que sem a presença do fundador as coisas podem perder a energia. É a fase da profissionalização e não do sentimentalismo. Isso está mudando muito no Brasil. Já se percebeu que uma empresa não é apenas pra se ganhar dinheiro, mas para uma função social. A governança corporativa vem ganhando espaços substanciais, os conselhos de transição estão se consolidando e a sucessão empresarial já está na pauta da maioria das empresas. O Brasil é a pérola desse século e as empresas são o elo de sustentação para esse novo tempo que estamos construindo como nação.

Quais as principais competências que você vê hoje no perfil das lideranças brasileiras e como os gestores de RH podem contribuir?

As principais competências são as que o mercado necessita. Dentre elas está a habilidade de relacionamento, de comunicação e resistência emocional. O mercado é um ser inteligente, se serve ele absorve se não serve ele exclui. Ele é por natureza, seletivo. Os gestores de RH, ou departamento de seres humanos, têm a enorme tarefa de conscientizarem suas empresas de que este investimento é estratégico e não um custo. Muitos empresários sofrem de uma fobia de mercado que é o medo de treinar e o profissional ir para o concorrente já preparado. É o maior problema e o maior inibidor de treinamentos. Quando encontrar um super talento convide para sócio, afinal é melhor ganhar uma participação no negócio do que um concorrente. Você já parou pra pensar o quanto a sua empresa teve de prejuízo por não ter pessoas treinadas? O melhor atleta do mundo se entrar em jogo sem treino vai ter um desempenho pífio. Um dos papéis do líder é ser treinador, caso contrário, será ultrapassado pela concorrência e ainda terá prejuízos com vendedores mal preparados.

Faça o download e Leia mais: http://editoraexito.com.br/site/revistas_selecionado.php?id_revista=131