Encontros e rupturas

Tinha uma pedra no meio do caminho.
E no centro do sistema abre-se uma fenda.
O que você vê por ela? Venha ver. Pode segurar a minha mão se quiser, mas não deixe de vir olhar. Pode doer, mas é preciso deixar incidir a luz do sol sobre a ferida para vê-la por completo e para que não se abra ainda mais. Pode doer, mas a fenda precisa ser compreendida como qualquer outra doença para que não cresça. No corpo, feridas infeccionam. No caminho, pedras rolam e fendas se abrem enquanto ainda houver superfície para engolir.
Também podem arder seus olhos ao encarar a profundidade do buraco. Ele pode arder, congelando sua espinha em doloroso arrepio, quando derramarmos antisséptico. Mas de nada adiantaria identificar a ferida se não agíssemos no sentido de tratá-la. Soluções conhecidas e ignoradas cumprem funções ainda piores que a ignorância. E experiências que não se transformam em aprendizado são tempo perdido.
Não temos tempo a perder. Nem eu e nem você. Antes de perder tempo, prefira a dor do tratamento para que a fenda no seu caminho ou no caminho da sua empresa se feche e deixe marcas de aprendizado. Prefira o suor do trabalho ao comodismo de fingir que seus problemas não existem. Desejamos, leitor, que essa edição da Revista Êxito cumpra a função de tirar você do conforto. Abandone sua poltrona e deixe viver os bichinhos carpinteiros que pipocavam em seu corpo quando criança. Inquiete-se. Abra-se. Aja. Pule.
Boas cicatrizes!

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